
Em reunião realizada na noite da última quinta-feira (9), a Comissão Interventora da Santa Casa de Goioerê apresentou um balanço referente aos primeiros 31 dias de atuação, abrangendo o período de 28 de agosto a 30 de setembro de 2025. O relatório revelou um cenário preocupante: a instituição enfrenta uma dívida estimada em mais de R$ 10 milhões.
O encontro, presidido pelo vice-prefeito e coordenador da comissão, Adilson Brito, reuniu autoridades municipais, representantes da sociedade civil e membros da comunidade. Entre os presentes estavam o prefeito de Goioerê, Pedro Coelho, o prefeito de Quarto Centenário, Akio Abe, o juiz substituto Renato Augusto Bomfim, o promotor Lucas Inocêncio de Carvalho, o presidente da Câmara, Joaquim da Ambulância, além dos vereadores Mayk Ramalho, Amarildo Alves e Léo da Auto Escola, bem como servidores do hospital e advogados que auxiliam os trabalhos da comissão.
Durante a reunião, o prefeito Pedro Coelho destacou que a intervenção foi uma medida necessária para evitar o colapso da Santa Casa.
“Chegamos a um ponto em que era preciso unir forças para que a Santa Casa não entrasse em caos total. Essa união é fundamental para reestruturar o hospital e garantir o atendimento à população”, afirmou o prefeito.
Pedro Coelho também adiantou que será proposta uma revisão no estatuto da Santa Casa, com o objetivo de ampliar a participação de lideranças regionais na gestão da entidade, fortalecendo a administração e a transparência.
O empresário e diretor afastado da Provedoria, Mauro de Oliveira, elogiou o envolvimento do Poder Judiciário e da sociedade civil na busca de soluções.
“Pela primeira vez vejo o envolvimento real da comunidade e do Judiciário para buscar soluções para a Santa Casa. Precisamos dar um voto de confiança à comissão de intervenção, pois a população não pode ficar sem o hospital nem sem a UTI”, declarou.
Mauro demonstrou preocupação com o alto passivo da instituição, que pode chegar a R$ 12 milhões, e com possíveis demissões, mas destacou que está esperançoso com os rumos da intervenção.
O juiz substituto Renato Augusto Bomfim ressaltou o papel do Judiciário no acompanhamento do processo e destacou que o caso foi transformado em ação estrutural, garantindo maior participação e transparência.
“Transformamos a ação em um processo estrutural para que haja participação da sociedade e para que se busquem soluções de forma coletiva”, explicou.
O promotor Lucas Inocêncio de Carvalho, por sua vez, reafirmou o apoio do Ministério Público à reestruturação da Santa Casa.
“O MP vai participar ativamente para contribuir com a recuperação da Santa Casa”, afirmou, destacando ainda a importância da cooperação entre os municípios da região.
A comissão interventora se comprometeu a manter a transparência dos atos e a continuar prestando contas à população e às autoridades. A próxima etapa do trabalho será buscar alternativas para reequilibrar financeiramente a instituição e garantir a continuidade dos serviços de saúde, especialmente da UTI, considerada essencial para toda a região.



